MULHERES DO STR NA MARCHA DAS MARGARIDAS 2015

 

De 10 a 12 de agosto, em Brasília – DF, as “margaridas” do STR integraram a comitiva da Regional Sindical Sinos Serra, que contou com 38 pessoas. No RS, mais de 500 mulheres estiveram participando. No total, reuniram-se aproximadamente 80 mil mulheres de todo o país para reivindicar seus direitos.

A Marcha das Margaridas, conhecida pela luta no combate à pobreza, no enfrentamento à violência contra as mulheres, na defesa da soberania alimentar e nutricional e na construção de uma sociedade sem preconceitos de gênero, de cor, de raça, de etnia e sem intolerância religiosa, serve para denunciar, reivindicar, propor e negociar ações e políticas públicas, que contribuam na construção de um “Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”. No dia 12 de agosto, foi o dia do grande “abraço” no congresso. Mais de 80 mil mulheres cercaram o prédio do Congresso Nacional para garantir mais direitos para seguir a vida no campo.

Do STR de Vacaria e Muitos Capões estiveram participando: Eliane Godoy (Laranjeiras – Muitos Capões), Ieda Panassol e Leonilda Bizotto (Fazenda da Estrela), Alvinda Rodrigues Herves (Capela Sagrado Coração de Jesus – 5º Distrito de Vacaria), Francisca Ines Zanella de Almeida (Assentamento Nova Estrela) e Amábile Poletto (Capela São Francisco – Monte Alegre dos Campos).

Francisca Ines Zanella de Almeida, vice-presidente do STR esteve pela terceira vez na Marcha das Margaridas. “Assim como nos outros anos, nós pudemos reivindicar, protestar pelos direitos. O que chama a atenção é a garra das mulheres, a força de vontade em lutar pelas questões da agricultura. Tivemos na Secretaria da Fazenda, e demos um “abraço” no congresso, mas um abraço de reivindicação, pela agricultura familiar, pois as promessas são muitas e as ações poucas” – observa a vice-presidente, que visualiza sua participação na história, como integrante e não como espectadora, que só assiste de longe.

Amábile Poletto, integrante da Comissão de Mulheres, conta que a impressão foi muito boa. “Foi uma marcha de cinco quilômetros, e não houve cansaço. Todas as pessoas reivindicando com garra e amor, exigindo a mudança de comportamento e apoio maior por parte do governo, para as mulheres e o meio rural”.

Representando Muitos Capões, Eliane Godoy diz que foi uma experiência maravilhosa poder reivindicar por mais saúde, mais segurança rural e melhorias no contexto da agricultura familiar, em especial.

Leonilda acredita que a viagem foi de trabalho, pedindo por direitos e auxílios para que o jovem, por exemplo, possa permanecer no campo. “Daqui há 20 anos, não vamos mais estar aqui, então é preciso deixar condições para o que o jovem de hoje possa querer ficar e dar sequência ao trabalho. Como diz o ditado, se o agricultor não planta, a cidade não janta” – avalia a agricultora, que se sentiu realizada em poder participar de um movimento tão grande quanto este.

Ieda Panassol, agricultora da Fazenda da Estrela gostou muito da experiência. “Poder conhecer novas pessoas, novas culturas é importante e quando todos se unem pelo mesmo propósito, a força fica maior” – relata.

Francisca Inês avalia a participação como positiva. “Além da Marcha, efetivamente, as mulheres puderam fazer oficinas e conferências, divididas em temas como Violência, Economia, Trabalho e Renda, além de uma Sessão Solene no Senado, em homenagem à Marcha das Margaridas, representando a comitiva gaúcha” – declara a vice-presidente do STR.

Foram levados oito eixos para guiar as reivindicações, que foram respondidos pela presidente Dilma Rousseff:

1 • Compromisso com efetivação das patrulhas rurais Maria da Penha também na área rural;

2 • Ampliação dos serviços especializados de enfrentamento a violência contra as mulheres, onde fez menção a construção de pacto federativo;

3 • 1200 creches no campo para o meio rural;

4 • Assinatura do Decreto do Crédito Fundiário

5 • 100 mil cisternas para alimentar os quintais produtivos;

6 • 109 Unidades odontológicas para campo, sendo 7 para as comunidades indígenas;

7 • No enfrentamento a morte materna no meio rural, a presidenta afirmou que irá realizar a capacitação de mais 200 parteiras. Conjuntamente a capacitação, o governo ainda irá distribuir kit com roupa especial para atendimento pós parto;

8 • Dilma ainda prometeu combater mais fortemente a violência contra mulher, entre outros compromissos com a agenda de luta das mulheres que protagonizaram a 5ª Marcha das Margaridas.

A Marcha das Margaridas acontece a cada quatro anos, quando mulheres de todo o país se reúnem em Brasília – Distrito Federal para lutar por seus diretos e melhorar o que já estão previstos em lei.