SÉRGIO POLETTO É CIDADÃO EMÉRITO DE VACARIA

Presidente do STR de Vacaria e Muitos Capões e Vice-Presidente da FETAR-RS, recebeu honraria na noite de 18 de outubro, na Câmara de Vereadores de Vacaria.

Na sessão solene em homenagem aos 166 anos de emancipação política de Vacaria, proposto pelo Vereador Osnir Domingues, Sérgio Poletto recebeu o Título de Cidadão Emérito de Vacaria. A homenagem é feita a pessoas que nasceram no município e se destacam pelos relevantes serviços prestados à comunidade. Na ocasião, também recebeu o título a defensora pública Regina Célia Rizzon Borges de Medeiros.

O Vereador Osnir Domingues, em seu discurso disse que esta escolha é a representação da vontade do povo. “Este prêmio é para quem fez, quem faz e vai continuar fazendo. O que seria de um povo, de uma sociedade se não tivesse um “Sérgio” para ir lá e brigar pelos direitos deles? Que orgulho escolher a pessoa do Sérgio, pela imparcialidade, sem levar em consideração a sigla partidária”. Domingues agradeceu muito pelo que o homenageado fez e poder contar ainda com a sua juventude.

Romoaldo Michelon, vereador que atuou pelas causas da agricultura e tem sido um parceiro do STR nas demandas declarou: “Pela conduta, pelo currículo e somente por isso, pelo trabalho bem feito é que hoje recebe este título”. Ele que não foi reeleito, pediu que Poletto e sua competente equipe possam levar sua bandeira em defesa do meio ambiente, “para que cuidem da coleta de lixo no interior e lutem por políticas de preservação, pois capacidade sabemos que tem” – destacou.

O vereador Dagmar Dengo homenageou Poletto pelo trabalho, intensidade de doação e por colocar acima do individualismo a causa que representa.

Marcos Lima, sublinhou: “Conheço pouco sua pessoa, mas conheço muito o seu trabalho. Percebo que é uma pessoa do bem e que luta pelas causas da comunidade”.

Antônio Almeida agradeceu a pessoa dedicada, agricultor e produtor de uva. O vereador afirmou que “o mínimo que esta casa poderia fazer era reconhecer o seu trabalho”.

O prefeito de Vacaria, Elói Poltronieri sustentou: “Vacaria se alegra e nossa cidade se engrandece quando homenageia pessoas que atuam em suas áreas para cuidar de causas que melhoram a vida e direitos das pessoas. O Sérgio defende os assalariados rurais, o pequeno agricultor e a agricultura familiar. Honrarias como esta valorizam a história das pessoas, suas entidades. Parabéns pelo trabalho que exerce, que é muito importante para nossa cidade”.

Sérgio Poletto, Cidadão Emérito de Vacaria, em seu discurso, saudou e agradeceu ao Vereador Osnir, em seu nome e de toda a sua família: “É uma honra estar aqui e dizer que todo o meu currículo e toda a minha história contribuíram para chegar até aqui”. Poletto agracedeu também a sua família, os diretores do STR, os colaboradores e em especial, a profe Inês, sua vice-presidente e sua primeira professora. Referendou ao Sicredi, à Rádio Fátima, aos membros do Conselho da Saúde, convidados e demais autoridades.

O homenageado agradeceu especialmente à comunidade de Vacaria, aos vereadores que votaram em unanimidade e definiu: “Recebo este título com muita responsabilidade, o que se dá pelas parcerias que estabelecemos e pela humildade. Devemos trabalhar com transparência e com seriedade. Confesso que este título é uma injeção de gasolina, que certamente nos anima a continuar e a fazer muito mais por esta cidade. O título é muito importante, e deve ser pelos serviços prestados. É algo que veio ao natural, como resultado de um trabalho. Eu jamais trabalhei para querer reconhecimento, ou para aparecer, querer ser o melhor, mas recebo com muito carinho, pois sabemos que temos compromisso de fazer ainda mais, e não só representar bem Vacaria mas falar ainda melhor da terra em que se tem um título de cidadão” – concluiu.

 

Sérgio Poletto nasceu em 29 de maio de 1960, no 8º Distrito de Vacaria, hoje Monte Alegre dos Campos. Cresceu e se criou na comunidade da Capela São Francisco, onde até hoje tem propriedade. É agricultor desde a infância. Sua carreia sindical iniciou em 1981. É casado com Amábile, tem dois filhos: Diego e Douglas e três netos: Gustavo, Isadora e Marcelo.

Em conversa, Sérgio voltou no tempo para contar um pouco da sua infância, sua vida e o que esperar do futuro.

 

Quando se percebeu como agricultor?

Percebi desde pequeno, aos seis ou sete anos, pela necessidade, pois as dificuldades que meus avós e meus pais passavam, nos obrigava a trabalhar para poder ajudar… meu serviço geralmente era puxar os cargueiros (de burro, cavalo). Minha mãe ficava em casa e eu ia até a roça, enchia os cestos de milho, colocava um de cada lado, e fazia mais ou menos um quilômetro puxando dois cargueiros até a casa.

Quando cheguei na escola, aos nove anos, no meu primeiro dia de aula, entrei na sala e disse “buongiorno”, pois não falava quase nada em português, só italiano. E a gurizada caiu na rizada. Fiquei me sentindo estranho, e voltei pra casa. Meu pai, me pegou pela mão e me levou de volta, e então eu vi que tinha que ficar.

Depois, com a escola, minha rotina era acordar cedo, tomar café, e antes de ir para a escola, que ficava uns 30 metros da casa, eu tinha a tarefa de carpir o parreiral. Depois da escola, almoçava e na parte da tarde, ia para o serviço junto com o pai. Acredito que isso fez com que essa vontade de permanecer na agricultura fosse crescendo. E por saber das dificuldades que o agricultor passa, os desafios, e continuo até hoje, e essa garra de lutar pelos agricultores, acho que vem de sangue.

Um dia achei um caderno da minha avó, ainda criança, que dizia “o aprendizado é a única coisa que não ocupa espaço”, e isso eu guardei! E graças a Deus, hoje, posso dar conta de muitos afazeres da roça. Sei pegar um trator, sei lidar com motosserra, sei fazer cestos de vime, sei cuidar da lavoura… e são coisas que aprendi quando criança e nunca mais se esquece.

 

Você se considera um líder?

É complicado a gente se avaliar. O bom é ouvir a avaliação que os outros fazem. É o nosso trabalho, que procuro ser sempre humilde e simples, mas eu não me considero um líder. Tem muitos que dizem, mas eu me sinto como uma pessoa que tenta ajudar. Agora quer ver alguém indignado, triste, esse sou eu quando se tenta e não consegue ajudar alguém. Muitas vezes, por conta disso acabamos entrando em fria, porque sabemos que nem todos pensam da mesma forma. Eu não tenho canudo, não sou formado. O único canudo que tenho é de experiência, de conhecimento de alguns assuntos, pois a gente precisa se esforçar e aprender, para poder defender as demandas que aparecem por aqui no sindicato.

 

Avaliação de vida

A minha vida se transformou em trabalho. Eu nesses últimos finais de semana tive a alegria e o privilégio de conviver mais com a minha família, e isso é o que importa. Eu não tive uma infância. Comecei trabalhar muito cedo, passávamos trabalhando de sol a sol. Casei com 22 anos, no dia do meu aniversário e nunca aproveitei festas e bailes nos tempos de solteiro, sempre estava trabalhando. Sempre estive envolvido com a comunidade, organizando e ajudando com as atividades diversas.

Depois que constitui minha própria família, com os filhos, a responsabilidade ficou ainda maior.

Agora, nos últimos anos, investimos um pouquinho na nossa propriedade rural, ampliamos o serviço por lá, e vamos tocando as atividades junto ao Sindicato, junto ao Sicredi, um tempo como diretor na Fetag, viajei bastante como Diretor do Instituto de Formação de Líderes Sindicais do RS, ajudei criar a Escola de Formação em Nível Nacional pela Contag, e tudo veio somar na minha vida, experiências de vida… mas muito trabalho.

 

Futuro

Primeiro, quero continuar sendo o que sou. Ainda me considero jovem, quero aproveitar e acompanhar a infância de meus netos. Tenho alguns desafios, no Sicredi, na Federação, junto aos departamentos em que fazemos frente, mas não posso ignorar um desejo que tenho na política, de fazer mais, ou por Vacaria, ou por Monte Alegre dos Campos, mas posso afirmar que daqui a quatro anos, serei candidato. Ainda não sei onde ou a que, mas que gostaria de estar envolvido, isso é fato.

 

Sérgio Poletto por ele mesmo

Eu sou um agricultor simples, atendo todas as pessoas de forma igual. Acredito em Deus, Ele é o mais forte e tem o poder de decidir tudo. A família está em primeiro lugar: meus filhos e netos e meu casamento, que são tudo na minha vida. Tenho amigos irmãos que estão sempre dispostos a aconselhar, apoiar e fico muito grato pela presença deles em minha vida.

 

Texto: Arte & Fato Comunicação