STR PARTICIPA DO GRITO DA TERRA EM PORTO ALEGRE

STR PARTICIPA DO GRITO DA TERRA EM PORTO ALEGRE

Mobilização dos sindicatos chamou a atenção da sociedade no dia 01 de julho, na Capital Gaúcha.

Texto: Fetag-RS

Mais de três mil trabalhadores rurais estiveram ontem (1°) em Porto Alegre e percorreram a zona central da cidade participando da 21ª edição do Grito da Terra Brasil numa mobilização contra o arrocho das finanças para o setor, contra a corrupção, pelo crédito fundiário, saúde, habitação, educação, infraestrutura, preços mínimos, entre outras políticas públicas que proporcionem uma melhor qualidade de vida para os agricultores familiares, assalariados rurais e pecuaristas familiares. Nunca é demais lembrar que o trabalhador rural responde por mais de 70% dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros.
Melhor do que as respostas do governador José Ivo Sartori à pauta dos trabalhadores foi a visibilidade que a manifestação proporcionou à Fetag e ao conjunto do movimento sindical. Dezenas de emissoras de televisão, rádios, jornais e demais veículos de comunicação acompanharam de perto e deram uma total cobertura a todos os movimentos – extremamente organizados – dos agricultores. Nos telejornais (muitos ao vivo) espectadores de todo o Estado e, inclusive fora daqui (Canal Rural) as pessoas puderam ver que a Capital parou. O ponto de partida foi a sede da Federação, que está localizada na Rua Santo Antônio, 121; novo deslocamento até o Largo Glênio Peres, Mercado Público, Secretaria Estadual da Fazenda e, por último, caminhada até o Palácio Piratini.
A grande massa humana que percorreu a avenida Farrapos, passou pela Estação Rodoviária e ingressou na avenida Mauá até o Mercado Público e ouviu com atenção os gritos de ordem proferidos pelos dirigentes da Fetag no carro de som, bem como a parábola do semeador lida pelo tio Zé: “… Certo homem saiu para semear. Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram. Outra parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brotaram depressa, pois a terra não era funda, mas, quando o sol apareceu, elas secaram, pois não tinham raízes. Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos, os quais cresceram e as sufocaram. Uma outra parte ainda caiu em terra boa e deu frutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que tinha sido plantado. Quem pode ouvir, ouça”. A dirigente Lérida Pivoto Pavanelo também proferiu palavras de cunho religioso, além de motivação no carro de som.
No Mercado Público – uma exposição de produtos da agricultura familiar com dados comparativos dos preços recebidos pelos agricultores e daqueles pagos pelo consumidor atraiu a população, que circulou desde as primeiras horas da manhã até o meio da tarde no Largo Glênio Peres. Lá, assessores regionais e da Fetag, além de trabalhadores rurais, distribuíram panfleto explicando quem eram as pessoas que estavam ali, os motivos da mobilização.
E ao final, na Praça Marechal Deodoro ou simplesmente Praça da Matriz, que os agricultores aguardaram quase três horas, das 14h às 17h, pelo pronunciamento do governador Sartori. Numa passagem meteórica, cerca de cinco minutos, no carro de som da Fetag, ele pouco disse e encarregou os secretários de Agricultura, Ernani Polo, e do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, de anunciar as respostas à pauta de reivindicações. O povo cansado, depois de um dia inteiro de mobilização, muitos viajaram toda a noite, não perdoou e vaias se misturavam com aplausos.
Numa avaliação preliminar das respostas do governo, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, disse que houve avanços quanto à sanidade animal, a garantia de recursos nos programas do Feaper, a distribuição do protetor solar e a discussão de mais recursos para a agricultura. Por outro lado, não veio nada de concreto no que diz respeito à infraestrutura. “Agora vamos fazer uma análise de todas as respostas para saber o que falta avançar e aí retomar junto às secretarias as negociações. Em relação à pauta nacional, entre os pontos em aberto, como a regulamentação do crédito fundiário e habitação rural, estipulamos o prazo até o dia 20 de julho à presidente Dilma Rousseff. Caso contrário, retomaremos com força as mobilizações”, adiantou o dirigente.

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